Ainda no gaveto
referido no último post, podemos ver um edifício de 1922, onde funcionou a
antiga Sapataria Leitão. A fachada lateral encontra-se revestida com três
painéis de azulejos das Olarias – Aveiro datados de 1927 e da autoria de A. Augusto.
O painel central
é uma alusão ao mundo do trabalho com a representação da arquitetura e maquinaria
industrial da época.
Mercúrio aparece representado
enquanto deus do comércio e da fortuna sentado em frente a uma figura feminina.
O resplendor que emana da engrenagem talvez represente o sucesso que se augura
para a empresa.
O segundo painel mostra uma pomba sobressaindo duma pele curtida que segura no bico uma fita métrica e o molde de um sapato. A inscrição "É assim" completa a ideia.
No
terceiro painel, numa alegoria à resistência e à qualidade do calçado que aqui
se vendia, representou-se um leão que irrompe da mesma pela curtida abocanhando
um sapato. A inscrição "Nem assim" completa a mensagem.
Na parte
superior da fachada e integrado num friso ao gosto do estilo Arte Nova,
medalhões com representações alternadas de Mercúrio e do caduceu.
Maria Paula
ResponderEliminarAcabei de falar deste seu blogue em resposta a uma referência que o Manel lhe fez, mas tenho-me desleixado em vir aqui comentar. As coisas não têm andado bem para os meus lados, a disposição anda aos altos e baixos, daí a minha ausência...
Mas queria dizer-lhe que conheço bem estas fachadas de Aveiro, já desde os tempos em que não estavam localizadas na larga avenida de Sta Joana, mas sim numa estreitinha rua de comércio. É que a avenida foi aberta à custa da destruição de um quarteirão inteiro entre duas ruas paralelas que são agora as duas faixas da avenida.
Estes interessantes azulejos ganharam visibilidade neste espaço mais amplo, mas eu nunca tinha reparado na data e na assinatura e não faço ideia de quais seriam estas olarias de Aveiro.
Continua a brindar-nos com exemplares muito interessantes e muito boas fotografias. Fico à espera de mais. :)
Beijinhos
Olá Maria Andrade
ResponderEliminarQuando pesquisei sobre estes azulejos apercebi-me da polémica que gerou a abertura desta avenida, o que eu não sabia é que tinha sido à custa da demolição de um quarteirão inteiro. Aqui em Braga, a sede da modernização também levou ao desaparecimento de alguns edifícios emblemáticos da cidade. Felizmente que há já uns anos se vai notando uma alteração das mentalidades. Sobre as olarias Aveiro também nada encontrei a não ser algumas peças decorativas da década de 30. Poder-se-á deduzir que estas "Olarias- Aveiro" poderão ter surgido da fusão de algumas manufaturas da época.Já vão aparecendo na net alguns estudos interessantes sobre a produção de faiança na região de Aveiro, mas o tempo para os ler é que escasseia:)
Agradeço-lhe as sempre simpáticas e positivas criticas que dirige aos meus blogues. Tenho notado a sua ausência. Eu própria também tenho andado afastada. Por vezes é difícil coordenar tantos afazeres. Beijinhos