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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Casa dos condes de Pinhel - Vila Nova de Foz Côa


No post do outro blogue em que mostro estas mesmas fotografias, levantei algumas questões sobre a designação desta casa como  a "Casa dos condes de Pinhel". Ora, há relativamente pouco tempo,  um simpático e útil comentário,  esclareceu-nos que a razão pela qual  este edifico é designado pelos fozcoenses como a "Casa dos condes de Pinhel",  resulta do facto desta  ter pertencido  a Luís Campos Henriques, pai de Luísa de Campos Henriques que veio a casar  com Manuel António de Almeida agraciado  com o título de Visconde e Conde de Pinhel. Esclareceu-nos ainda que os azulejos foram mandados colocar nos anos sessenta do século passado, confirmando assim, as suposições do Luís Montalvão do blogue velharias do luis.

O mês passado, num passeio sem destino, fui dar novamente a Vila Nova de Foz Côa, num sábado de sol intenso e de feira, talvez semanal e  aproveitei para fotografar o que não tinha conseguido da primeira vez , o medalhão da fachada central, colocado no meio das seis janelas do primeiro piso.

Painel com representação da Rainha Santa Isabel
Só quando cheguei  casa e fazendo zoom à fotografia é que descobri, do lado esquerdo do painel, a assinatura AR. Santos. O ramo da árvore tapa parte da inscrição seguinte podendo-se ler somente "F.ª LAM LISBOA". Deduzo que seja "Fábrica Lamego - Lisboa". Encontrei várias referências a painéis com esta assinatura. Dois deles, de Sacavém, no mfls, onde, num comentário, alguém descodifica o A R como sendo A(bel) R(eis) Santos. Referências a Abel Reis dos Santos há várias num site de leilões que o apresenta como aguarelista, decorador de interiores, especializado na projeção de painéis de azulejos. Informa ainda este sitio, que o trabalho de  Abel Reis dos Santos contribuiu para o incremento das fábricas de cerâmica Constância, Vista Alegre e Viúva Lamego.











segunda-feira, 20 de abril de 2015

Avenida Santa Joana - Aveiro



Ainda no gaveto referido no último post, podemos ver um edifício de 1922, onde funcionou a antiga Sapataria Leitão. A fachada lateral encontra-se revestida com três painéis de azulejos das Olarias – Aveiro datados de 1927 e da autoria de A. Augusto.



O painel central é uma alusão ao mundo do trabalho com a representação da arquitetura e maquinaria industrial da época.

Mercúrio aparece representado enquanto deus do comércio e da fortuna sentado em frente a uma figura feminina. O resplendor que emana da engrenagem talvez represente o sucesso que se augura para a empresa.

O segundo painel mostra uma pomba sobressaindo duma  pele curtida que segura no bico uma fita métrica e o molde de um sapato. A  inscrição "É assim" completa a ideia.
 
  No terceiro painel, numa alegoria à resistência e à qualidade do calçado que aqui se vendia, representou-se um leão que irrompe da mesma pela curtida abocanhando um sapato. A inscrição "Nem assim" completa a mensagem.

 




Na parte superior da fachada e integrado num friso ao gosto do estilo Arte Nova, medalhões com representações  alternadas de Mercúrio e do caduceu.